terça-feira, 16 de junho de 2015

segunda-feira, 1 de junho de 2015

33

CONSCIÊNCIA

sob o meu corpo
os pés da cadeira
e o chão

os móveis
esta cadeira de pés no chão
esperançam

tudo é tanto quanto eu

e já sou eu de novo no mundo
quando então, fim
sou eu de novo, do lado de fora
segundo outro de mim

me vejo de longe:
por me entender
me entendo triste

sábado, 3 de janeiro de 2015

32

uma blusa jeans me toca no ombro
tapa meus olhos com mãos sem dedos 
pede, com boca sem lábios, um beijo.
mas assim? sem cinema, vinho, sem lábios? 

ela me envolve nos braços de pano azul e,
em silêncio, me puxa pra fora do asfalto,
seu cheiro é aquele da pele da tua nuca. 
embora fosse só pano, tirou tudo que tinha.

eu nunca mais conseguir acordar. 

procuro nas mãos, dedos que nunca tive e
faço yoga nos lábios que nunca foram espelho.
o corpo que nunca conheci é aquele com quem 
quero me deitar enquanto não consigo acordar. 

de jeans, sem nada, te procuro fora dos dias 
sei que não saberei desabotoar teus botões, então
sonho te encontrar em algum sonho já sem camisa:

com dedos, lábios e aquele cheiro da pele da tua

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

(colocando flor-da-se)

1)         Onde você flor
            atrás eu voo

2)         Tudo que flor,
            murcha

3)         O que flor pra ser,
            será

4)         Se olho flor for
            te lamberei as
            pétalas 

5)        Quando foste flor,
            fui foda-se 

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

é assustadoramente claro:
somos um
monte
de carne
num quarto
escuro

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Palavras
Saem por aí com o vento,
Hora mansas, hora violentas
Se caem possui força suficiente, levanta! Ditas por vingança, traz sorrisos falsos.
É esperto quem as tem.
É poderoso quem as conhece.
É sábio quem as domina!
Podem lhe dar alegrias, mas também trazem dor
Fadado a morrer quem as esconde em seu interior.
Mil não tem o significado de uma!
São as mais fortes armas dos homens.
Uma é capaz de desfazer um amor outra pode ama-lo.
Certeza que temos?
Por mais brutas que sejam as tempestades, as palavras sempre voltam com o vento.